sexta-feira, 28 de março de 2008

Pergunto:

E se o que te faz mal é aquilo que você mais deseja?

sábado, 15 de março de 2008

Meu abandono...

OK, meu blog anda abandonado...

Tenho alguma história pra contar?
Várias, desde o começo deste ano: carnaval em Ubatuba, aventuras na serra em direção a São Luis do Inferno, nova religião = bar depois do trampo todo dia, mil e umas no PUB, meu novo ramo de atuação = casamenteira, jurupinga x sueca, um raio-x de cachorro = R$ 45,oo...
Mas a verdade é que tenho trabalhado demais - o que é melhor do que não ter emprego (sorry Vó) - e não tenho muito ânimo de ficar pela internet. Quero mais é cair na cama e dormir por 15 horas seguidas - seria bom se eu as tivesse...
Ainda não baixei as fotos do carnaval pro meu pc e muito menos, coloquei no fotopages pra que todos pudessem ter acesso...
De onde será que vem meu desânimo virtual???
A Paula, por exemplo (amiga e cliente... rsrsrs), descobre um zilhão de coisas na net de tanto que navega e sempre tem algo novo e descolado pra contar.
O Alexandre sabe simplesmente de tudo e de todos e acaba por manter sua agenda sempre cheia!!!
O Gu nem tem internet em casa, mas seu perfil do orkut está sempre com 0 (zero) recados.
Renatinha já achou um monte de vídeos da Tribe On Board e mantém contato com o povo do navio.
E esse povo todo trabalha, estuda, faz pós, academia, balada, viaja e o caralho a 4...

Acho que eu to é ficando velha pro agito virtual e real...

PALAVRÕES TAMBÉM SÃO IMPORTANTES

( Luís Fernando Veríssimo )

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com amaior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos.
É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia .
Sem que isso signifique a "vulgarização" do idioma, mas apenas sua maior aproximação com a gente simples das ruas e dos escritórios, seus sentimentos, suas emoções, seu jeito, sua índole.
"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia demuita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?
No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não!", assim como o "Absolutamente Não" já soam sem nenhuma credibilidade. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Caetano Veloso.
Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!" , ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.
Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!" , ou seu correlato Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba. Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e enforcadora derivação "vai tomar no meio do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável! , se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no meio do seu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!" . E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!" . Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".
Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho (a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal.
Liberdade
Igualdade
Fraternidade

e Foda-se!.